Os Maias resumo livro - Cap X ao XVIII

30 de junho de 2012

Maria Eduarda da Maia


Capítulo X

  Passam-se 3 semanas. Carlos sai de um coupé, onde acabara de estar com a Gouvarinho, mas já estava farto dela e dos seus encontros às escondidas, e quer ver-se livre da Gouvarinho. Nessa altura vê Rosa a acenar de um coupé com a sua mãe, que lhe sorri. Combina com o Dâmaso, no Ramalhete, levar os Castro Gomes a ver o bricabraque do Craft, nos Olivais, mas isto não se concretiza a ideia pois o sr. Castro Gomes partira para o Brasil em negócios. Chega o dia das corridas de cavalos e há uma grande confusão à porta do hipódromo. É descrito do ambiente dentro do hipódromo. Depois há uma grande confusão com um dos jóqueis que perdera uma corrida. E anda tudo á briga, num rebuliço total! Lá nas corridas, encontra a Gouvarinho, que lhe propõe irem de comboio (trem) ate Santarém, uma vez que ela ia para o Porto (pois o seu pai estava mal), e dormiam no hotel em Santarém ( uma "rapidinha"), e daí cada um seguia para o seu lado. Depois, fazem-se apostas; todos apostam em Minhoto, mas Carlos aposta em Vladimiro, que vence e Carlos ganha 12 libras, fato muito comentado. Encontra Dâmaso, que lhe informa que o Castro Gomes afinal tinha ido para o Brasil e deixara a mulher só por uns 3 meses – Carlos fica todo contente. Discute com a Gouvarinho, mas acaba por aceder ao desejo do encontro em Santarém, mas agora apenas consegue pensar na mulher de Castro Gomes. Ao descobrir que ela vivia no prédio de Cruges, pois alugara a casa á mãe do Cruges, proprietária do prédio, Carlos vai à R. de S. Francisco com o pretexto de visitar o Cruges, mas ele não estava. Volta para o Ramalhete e lá descobre que tinha uma carta da Castro Gomes pedindo-lhe que a visite no dia seguinte, por ter "uma pessoa de família, que se achava incomodada". Carlos se alegra.


Capítulo XI

   Carlos vai visitar a Sra. Castro Gomes, e descobre o seu nome, Maria Eduarda (descrição de Maria Eduarda - uma deusa). É a governanta, Miss Sara, que estava doente - tinha uma bronquite. Carlos conversa com Maria Eduarda, passa-lhe a receita e diz-lhe cós cuidados que deve ter com Sara, dizendo que terá de observá-la diariamente.

   Nessa noite Carlos iria ter com a Sra Gouvarinho para a fantástica noite em Santarém, mas Carlos começava a repudiá-la, a odiá-la. Por sorte, o Gouvarinho decidiu à última da hora ir com a mulher para o Porto, o que convém muito a Carlos, assim como a morte de um tio de Dâmaso em Penafiel, deixando-lhes os "entraves" fora de Lisboa.

   Nas semanas seguintes, Carlos vai-se familiarizando com Maria Eduarda, graças à doença de Miss Sara. Falam ambos das suas vidas e dos seus conhecidos. Dâmaso volta de Penafiel e vai visitar Maria Eduarda. Ao chegar lá vê Carlos com "Niniche" (a cadela de Maria) ao colo, que lhe rosna e ladra - Dâmaso fica zangado e cheio de ciúmes. Os Cohen regressam de Inglaterra e que Ega está para chegar de Celorico.




Capítulo XII

   Ega chega de Celorico e instala-se no Ramalhete. Informa Carlos de que viera com a Gouvarinho, e de que o conde os convidara para jantar na próxima 2ª feira. Depois, nesse jantar, a Gouvarinho zangada com Carlos e com ciúmes da sua proximidade com Maria Eduarda, passa o tempo a mandar-lhe indirectas. O clima suaviza-se durante o jantar, devido aos ditos irreverentes do Ega. De seguida, a pretexto de um mal-estar de Charlie (filho dos Gouvarinho), a Teresa beija Carlos nos aposentos interiores, como que reconciliando-se e perdoa-lhe.

   Na 3ª feira, depois de um encontro escaldante com a Gouvarinho na casa da sua titi, Carlos chega atrasado à casa de Maria Eduarda". No meio da conversa, Domingos anuncia Dâmaso e Maria Eduarda recusa-se a recebê-lo - Dâmaso fica furioso. Maria fala a Carlos sobre uma possível mudança de casa (e ele pensa logo na casa do Craft, decidindo comprá-la para ela). Carlos deixa escapar que a "adora" depois de uma troca de olhares, beijam-se. Na 4ª feira, Carlos conclui o negócio da casa com o Craft. Maria Eduarda fica um pouco renitente com a pressa de tudo, mas acaba concordando, com um novo beijo.

   Ega, mostra-se insultado pelo segredo que Carlos faz de tudo, mas este acaba por lhe contar que se apaixonou e envolveu com Maria Eduarda.




 Capítulo XIII

   Ega informa a Carlos de que Dâmaso anda a difamá-lo a ele e a Maria Eduarda. Carlos fica furioso, querendo matá-lo e ao encontrá-lo na rua, ameaça-o. Depois, faz os preparativos para a mudança de Maria Eduarda para os Olivais.

  No sábado, Maria Eduarda visita a sua nova casa nos Olivais (descrição da casa e das suas belas colecções). Depois da visita e do almoço, Carlos e Maria Eduarda envolvem-se.

  No domingo é o aniversário de Afonso da Maia, e todos os amigos da casa estão presentes. Descobre-se que Dâmaso estava a namorar a Cohen. Depois a Gouvarinho aparece querendo falar com Carlos - acabam por discutir sobre a ausência de Carlos e depois terminam tudo.


 Capítulo XIV

   Afonso parte para Sta. Olávia e Carlos fica sozinho no Ramalhete, pois Ega parte para Sintra (e curiosamente os Cohen também). Maria Eduarda instala-se nos Olivais, e Carlos passa a frequentar a casa todos os dias, e eles pretendem fugir até Outubro para Itália e casar lá, mas Carlos pensa no desgosto que dará ao avô (porém a sua felicidade supera). Descreve-se as idas de Carlos aos Olivais: os encontros com Maria Eduarda e as relações que tinham no quiosque japonês e também as noites que Carlos passa com ela, às escondidas. Acaba por alugar uma casa perto dos Olivais para ele ficar, enquanto não está com Maria na Toca (nome dado aos Olivais). Numa dessas noites, descobre Miss Sara enrolada no jardim da casa com o jornaleiro. Sente vontade de contar tudo a Maria Eduarda mas, à medida que pensa no caso, decide não dizer nada.

   Chega Setembro. Craft, regressado de Sta. Olávia para o Hotel Central, diz a Carlos que pareceu-lhe estar o avô desgostoso por Carlos não ter aparecido por lá. Então, Carlos decide ir vistar Afonso, mas antes leva Maria a visitar o Ramalhete (e Maria Eduarda refere que às vezes Carlos faz-lhe lembrar a sua mãe e conta-lhe a sua história - a mãe era da ilha da Madeira que casara com um austríaco e que tinha tido uma irmãzinha, que morrera em pequena).

   Uma semana depois Carlos regressa de Sta Olávia e fala com Ega que voltara de Sintra. Nessa noite, Castro Gomes aparece no Ramalhete, com uma carta anónima que lhe tinham mandado para o Brasil, dizendo que a sua mulher tinha um amante, Carlos da Maia. Carlos fica estupefacto, e acaba pró perceber que era a letra de Dâmaso. Depois, Castro Gomes conta-lhe que não é marido de Maria Eduarda, nem pai de Rosa, e que apenas vivia amigado com ela. Diz-lhe também que se vai embora, e que Maria Eduarda se chama Madame Mac Gren. Furioso pela mentira de Maria, Carlos decide ir confrontá-la. Ao entrar, sabe por Melanie, a criada, que o Castro Gomes já lá tinha estado. Maria Eduarda, a chorar, pede perdão a Carlos de não lho ter contado, pois tinha medo que ele a abandonasse, e conta então a verdadeira história da sua vida. Depois de uma grande cena de choro, Carlos pede-a em casamento.



 Capítulo XV

   Na manhã seguinte, perguntam a Rosa se quer o Carlos como "papá", que fica toda feliz e aceita. Maria Eduarda conta toda a sua vida detalhadamente. Dias depois, Carlos conta tudo o que se passara a Ega que lhe diz que seria melhor esperar que o avô morresse para então se casar, pois Afonso estava velho e débil e não aguentaria o desgosto.

 Carlos e Maria Eduarda começam a dar jantares de amizade dados nos Olivais, e todos os amigos de Carlos se começam a familiarizar com ela. Mais tarde, Carlos, através do Ega, um n.º da Corneta do Diabo, que o difama, denunciando o passado de Maria Eduarda e a sua relação com ela. Carlos passa-se e decide matar quem escreveu o artigo; descobre depois, com a ajuda de Ega, o editor do artigo, Palma, que o tinha feito a pedido de Dâmaso e Eusebiozinho, e Palma entrega-lhe as provas ( tendo isto um custo para Carlos claro). Carlos manda os seus padrinhos, Ega e Cruges, pedir a honra ou a vida a Dâmaso, que acaba por escrever uma carta de desculpas a Carlos, ditada por Ega, em que afirmava sem um bêbado. Satisfeito, Carlos entrega a carta a Ega agradece-lhe. Depois, Ega ao ver Dâmaso com Raquel e ainda o provocar por isso, decide publicar a carta no jornal e assim humilhar Dâmaso, que envergonhado parte para a Itália. Afonso regressa de Sta. Olávia, Carlos abandona a casa que alugara perto dos Olivais e Maria Eduarda volta para o apartamento da mãe de Cruges na Rua de S. Francisco, deixando a Toca.




Capítulo XVI

   Carlos e Ega vão ao sarau da Trindade ouvir o Cruges e o Alencar, que nessa noite vão lá estar. Aí, ouvem o discurso de Rufino sobre a família real e Ega conhece Mr. Guimarães, o tio de Dâmaso que vivia em Paris e trabalhava no jornal, que lhe viera pedir explicações sobre a carta que Dâmaso escrevera, que lhe disse ter sido Ega a obrigá-lo a fazer. Ega e Guimarães acabam por resolver tudo e ficam amigos. Cruges toca, mas é um fiasco, pois ninguém lhe liga nenhuma. Depois, Carlos vê o Eusebiozinho e vai atrás dele e dá-lhe uns "abanões" e um pontapé devido á história da carta. Quando regressa ao sarau já Alencar começara a declamar o sue poema "Democracia" e a encantar a sala. Todos adoraram o que Tomás dissera acerca do estado da política em Portugal, um puro exemplo de realismo, o estilo que agora predominava. Mais tarde, quando Ega se ia embora, Guimarães aparece dizendo lhe que tem um cofre da mãe de Carlos para entregar à família, que esta lhe tinha pedido antes de morrer. No meio da conversa, Ega descobre que Carlos tem uma irmã, e Guimarães diz tê-los visto aos três numa carruagem: Carlos, Ega e a irmã, Maria Eduarda. Depois, Guimarães conta a Ega o passado de M.ª Monforte inclusive a mentira que ela dissera a Maria Eduarda sobre o seu pai, e diz que Maria é filha de Pedro da Maia, pois ele era amigo da família e nessa atura já os visitava. Fala também da fuga da Monforte com Tancredo, da filha que eles tiveram e morreu em Londres, e depois, da vida de Maria Eduarda no convento, que ele próprio a visitara. Guimarães entrega o cofre a Ega, que chocado com a verdade, decide pedir ajuda a Vilaça para contar tudo a Carlos.



  


Capítulo XVII

   Ega sem coragem para contar tudo a Carlos, procura Vilaça e conta-lhe tudo. Juntos, abrem o cofre da Monforte e acham lá uma carta dela para Maria Eduarda onde diz toda a verdade: ela é filha de Pedro da Maia. No dia seguinte, Vilaça e Ega contam a verdade a Carlos, que não acredita no que lhe contam, e aflito, procura o avô e conta-lhe tudo, com esperança que este lhe desminta a história. Mas Afonso acaba por confirmar, e em segredo diz a Ega que sabe que Carlos tem um caso com Maria Eduarda. Apesar de já saber a verdade, nessa noite Carlos vai ter com Maria Eduarda; primeiro pensara em dizer-lhe tudo e depois fugir para Sta. Olávia, mas depois, incapaz, acaba por deixar-se levar por ela e ali ficar. Continuava a ama-la, e o facto de serem irmão não mudava o que ele sentia. 3 Dias passam.

   Afonso da Maia sabe que Carlos continua a encontrar-se com Maria Eduarda, e fica desolado. Ega furioso com o comportamento de Carlos, confronta-o e ele decide partir no dia seguinte para os Olivais. No dia seguinte, Baptista (o seu criado) chama-o, dizendo a Carlos que o avô estava desmaiado no jardim. Carlos corre lá vê o avô estava morto (suponho ser trombose, visto que tinha um fio de sangue aos cantos da boca). Carlos fica triste, desolado, e culpa-se a si mesmo da morte do avô, pois achava que era pelo avô saber tudo que tinha morrido. Ega escreve um bilhete a informar Maria Eduarda do facto. Vilaça toma as providências para o funeral. Os amigos da família reúnem-se no velório e recordam Afonso e a juventude. Dá-se o enterro e Carlos parte para Sta. Olávia, pedindo a Ega para ir falar com Maria Eduarda e lhe contar tudo e dizer-lhe que parta para Paris, levando 500 libras. Ega fala com Maria Eduarda, que parte no dia seguinte para Paris, para sempre.




Capítulo XVIII


   Passam-se semanas. Sai na "Gazeta Ilustrada" a notícia da partida de Carlos e Ega numa longa viagem pelo mundo: Londres, Nova York, China, Japão. Um ano e meio depois Ega regressa trazendo consigo a ideia de escrever um livro, "Jornadas da Ásia"e contando que Carlos ficara em Paris, onde alugara um apartamento, pois não queria mais lembrar a Portugal

   Dez anos depois Carlos chega a Lisboa para matar saudades e almoça no Hotel Bragança com Ega, que lhe conta as novidades: que a sua mãe morrera, que a Sra. Gouvarinho herdara uma fortuna e agora estavam mais Aparece o Alencar e o Cruges, que falam desse anos que passaram: Alencar cuidava agora da sobrinha, pois a sua irmã morrera e Cruges escrevera uma ópera cómica, a “ Flor de Sevilha” que lhe valera o merecido reconhecimento; Craft mudara-se para Londres; O marquês de Souzela morrera; D. Diogo casara-se com a cozinheira; O general Sequeira fora morto; Taveira continuava o mesmo; e Steinbroken era agora ministro em Atenas. Depois, combinam um jantar e Ega e Carlos vão visitar o Ramalhete. Pelo caminho encontram o Dâmaso, que casara com a filha mais nova de um comerciante falido e que para além de ter de sustentar toda a família, a mulher traia-o. Aos poucos, Carlos toma consciência do novo Portugal que existe agora, anos passados. Vêm Charlie que passa por eles e Carlos vê que ele está um homem ( Ega insinua que ele é maricas,). Depois, encontram Eusébio, que fora obrigado a casar com uma mulher forte, pois o pai dela apanhara-os a namorar.

   No Ramalhete, a maior parte das decorações (tapetes, faianças, estátuas) já tinham ou estavam a ser despachadas para Paris, onde Carlos vivia agora, e que lá se guardavam os móveis e outros objectos trazidos da Toca. Carlos relembra Maria Eduarda e conta a Ega que recebera uma carta dela. Ia casar com um tal de Mr. de Trelain, decisão tomada ao fim de muitos anos , e que tinha comprado uma quinta em Orleães, “ Les Rosières”. Carlos encara este casamento de Maria Eduarda como um final, uma conclusão da sua história, era como se ela morresse, como se a Maria Eduarda deixasse de existir e passasse apenas a haver a Madame de Trelain. Passam pelo escritório de Afonso que lhes trás tristes recordações e depois, Ega e Carlos que não vale a pena viver, pois a vida é uma treta. Por mais que tentemos lutar para mudá-la, não vale a pena o esforço, porque tudo são desilusões e poeira. Saem do Ramalhete e vêem que estavam atrasados para o jantar e ao verem o coche ir-se embora, correm atrás dele…


Como era Lisboa a época dos Maias...

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